quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Tango

Corpos colados. Mão na mão. Olhos nos olhos. Com um quente movimento elevo-me para ti. O vestido sobe e deixa vislumbrar de leve a renda preta da meia. Brusco, movimento forte, arrasta-me para ti, rodopio em torno do teu perfume. E sente-se, sente-se a paixão.
Conduzes-me no salão, corpo entre corpo num forte e complicado misturar de emoções, sentidas com raiva, paixão, tristeza, dor. Nem uma palavra, só o toque sensual e arfante dos nossos sentidos.
Mergulhamos nesta arte como quem vive um só dia, a chama da paixão estimula o ar que respiramos. E o movimento continua, com breves pausas aqui e ali, fugindo de ti e tu de mim, voltando a ti e tu para mim, cada vez mais enebriado, cada vez mais firme. Gestos sensuais que se misturam nos sons ardentes deste tango, num ambiente de uma intensidade extasiante.
E olhamo-nos numa cumplicidade interminável, num desejo que arde e que ao mesmo tempo se manifesta como um bálsamo, para o que já nao volta e para o que ainda está a começar!

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